18 junho 2013

a greve dos professores


Isto da greve dos professores tem muito que se lhe diga. A par com os maquinistas da CP, são aqueles que mais greves fazem. É a mesma coisa toooodos os anos. Muito do que reclamam é o dia-a-dia de quem trabalha no setor privado e, por isso, muitos estão é {mal} habituados a uma vida que não existe há já muito tempo. Não quero com isto dizer que concordo com as más condições. Não, de todo. Apenas têm que perceber que não vivem num país diferente daqueles que trabalham no privado. Deixo apenas esta nota que li num blogue de um jornalista que escreveu algo que me faz sentido:
(...)"o trabalho" de um professor não é só dar aulas. Todas as burocracias, reuniões e trabalho preparatório e correcções de testes fazem parte das funções de um professor, não são "trabalho extra".

2 comentários:

Ana disse...

Este post só revela que não entende mesmo qual é o trabalho do professor e nem está por dentro dos problemas que afligem todos os professores.

Talvez se se informasse um pouco melhor conseguia perceber que esse trabalho extra de que os professores se queixam é feito sempre fora do horário laboral, a maior parte das vezes em casa e, infelizmente, retirando tempo que deveria ser passado com a família.
Se se informasse um pouco melhor talvez entendesse que aos professores foi retirado 3,5 % do ordenado, aumentada a taxa de IRS, retirados também todos, sublinho, TODOS os subsídios a que o comum dos mortais tem direito quando arranja um trabalho a contrato. Ah e mais...E entenderia também que agora querem diminuir o salário em mais 10% e acabar com ADSE.

Se se informasse um pouco mais, talvez percebesse também que as 40 horas de trabalho (propostas agora pelo nosso querido Governo) com as crianças são demasiado desgastantes e estes profissionais tinham menos horas, por alguma razão era. Não é um trabalho físico, é mental.

Se soubesse exatamente as questões que os professores têm levantado percebia certamente que os professores não efetivos estarão em condições de mobilidade especial e poderão ser colocados em QUALQUER local do país, afastados da sua família e os que têm menos tempo de serviço nem sequer serão colocados.

Se entendesse realmente o que é a vida de um professor agradeceria por tudo o que fizeram por si, pelo seu crescimento e pela sua formação.

Talvez conseguisse ver, apesar de tudo, que um professor faz mais do que o ministro Nuno Crato diz ou o que esse jornalista diz e, a maior parte das vezes, nem sequer se queixa.



E isto são só exemplos. Devemos informar-nos bem

Cláudia L. disse...

Felizmente, conhecia todos os argumentos que tão bem refere. Se acho que estão corretos? Não, de todo. Acho errado que se dê e depois se tire.
Aquilo que realço é que todos estamos nessa triste situação, professores e não professores.
Quanto ao trabalho pós-laboral, todos o temos sacrificando o tempo da família. Se não o fizer, não há quem o faça e se estiver mal, que me mude. Há outros prestes a entrarem e a ganharem metade.
Sou muito grata a alguns dos professores que passaram na minha vida. Acho bem que lutem! Mas atenção ao que se passa no resto do país.
Adse? Sem subsídios? Cortes do IRS? Houvesse professores a ganharem 500€ por mês durante 4 anos, a trabalharem mais de 50 e 60 horas de semana, e eu queria ver!
Cada um com a sua perspetiva.